sexta-feira, 24 de agosto de 2007

SOBRE A NATUREZA ERRÔNEA DO HOMEM.

minhas anotações sobre o fragmento da 6a. meditação de Descartes apresentado em sala de aula, estou publicando para registro...
SOBRE A NATUREZA ERRÔNEA DO HOMEM:

a) Colocação do problema e a recusa da solução materialista.

[30] – A natureza enganadora do homem, o exemplo do alimento de gosto agradável, porém envenenado, convida-me a consumi-lo e a me enganar, pois nossa natureza nos leva a desejar o alimento agradável e não ao veneno que desconhecemos = nossa natureza não conhece totalmente todas as coisas, isso é próprio da natureza finita e imperfeita do homem (limitações).
[31] – Também somos enganados pelas coisas que somos impelidos (erro evitável).
[32] – O corpo hidrópico = sensível = natureza corrompida do corpo, vontade de beber mesmo sem ter necessidade, ter sede quando é nocivo beber. A bondade de Deus não impede que a natureza do homem, tomada desse modo, seja falível e enganadora.

b) Justificação de Deus em vista da dificuldade no dado psicofisiológico do problema.

[33] – O corpo é divisível, o espírito não = espírito (coisa que pensa) não distingue as partes, é coisa única e inteira, parece estar unido ao corpo, mas se este perder uma parte ainda assim não sofrerá este qualquer perda ou prejuízo. As faculdades de querer, sentir, conceber não são partes do corpo = espírito.
[34] – O espírito percebe o cérebro, as partes são percebidas pelo espírito através do cérebro (glândula pineal).
[35] – Nervos são como uma corda estendida da extremidade ao cérebro, provoca no espírito a sensação da dor na extremidade (tal qual um feixe de fios) e retorna sempre a sua origem.
[36] – A capacidade do espírito (via cérebro) de sentir tudo o que o sentimento pode lhe causar = é útil à conservação do corpo quando este goza de plena saúde (princípio do melhor = possibilita o erro = bondade de Deus)
[37] – Ex: nervos do pé quando acionados fazem o espírito sentir a dor no pé e incentiva a protegê-lo.
[38] – Deus poderia confundir os sentidos, isto é, localizar a dor no local somente ou entre a parte e o cérebro (pé), isso, no entanto, não contribuiria para a conservação do corpo diante dos sentidos.
[39] – Sede provoca secura na garganta = o espírito traduz esta secura em sede = útil beber para conservar a saúde e tudo o mais.
[40] – Não obstante o composto corpo x espírito é falível e enganador.
[41] – O Sentido pode ser enganado, ex: apendicite, nervo ciático e a vontade de beber sem ter sede, ainda assim é melhor do que seria o contrário.

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